domingo, 27 de janeiro de 2013

A Revolução Francesa e a Influência da Maçonaria


O papel da Maçonaria na Revolução Francesa é também um ponto de discórdia entre vários escritores, entre muitas autoridades eclesiásticas, Maçônicas e também historiadores.
As diversas opiniões são muito controvérsias, por alguns é atribuído um papel central e decisivo à Maçonaria, pela preparação, pela conspiração e por fazer eclodir o furor  revolucionário contra a Família Real, outras vezes lhe atribuem também um papel de algoz responsável pelas mortes de setembro e do Terror, ora fazendo dela uma vítima entre as muitas que sucumbiram sob os incontáveis golpes da guilhotina.

Vou lhes dizer que as muitas vezes que encontramos polêmicas controversas pendendo ora para um lado, ora para o outro, a verdade normalmente encontra-se no entremeio. Embora Maçom eu seja e adore fazer jus a nome desta Augustíssima Ordem, sou mais propenso a corrente de que a Maçonaria foi engolida pela Revolução, que apenas ajudou a preparar pela influência de seus pensamentos, mas que também era muito presente na população na época por conta da influência do iluminismo, tanto que este período ficou conhecido como o "Século das Luzes".

Essa explosão, esse alvoroço de toda uma população contra seus governantes, foi levado exatamente como supracitado pela influência do Iluminismo, este assim como com a revolução Francesa também influenciou a passagem da Maçonaria de Operativa para Especulativa (Iluminismo será um tema que tratei em post posterior).

A participação dos Irmãos tornam-se muito mais prováveis como ações individuais do que uma execução de um plano pré-estabelecido pela Ordem Maçônica.

Na França de 1789, não existiram apenas uma, mas quatro Revoluções Francesas entre 89 e 99 e cada uma delas que ia seguindo engolia violentamente a anterior. A primeira dessas revoluções foi aristocrática (forma de governo em que predominam nobres) e constitucional, por um lado partidária do Duque de Orleans (Grão-Mestre do Grande Oriente de França), por outra simplesmente defensora de um sistema de monarquista constitucional com Luiz XVI, seguindo o modelo inglês, ou preservando a monarquia, seguindo os passos do Constitucionalismo Liberal Norte-America. Nesse período despontam homens como La Fayette (Marie-Joseph Paul Yves Roch Gilbert du Motier, mais conhecido como Marquês de La Fayette de Auvergne, nascido em 6 de setembro de 1757, falecido em 20 de maio de 1834, foi um aristocrata Francês famoso por sua participação na Guerra da Independência dos Estados Unidos da América e nos Primórdios da Revolução Francesa.), o nome de Mirebeau (Honoré Gabriel Riqueti de Mirebeau, conde de Mirabeau, foi um jornalista, escritor, político e grande orador parlamentar francês) Barnave (Antoine-Pierre-Joseph-Marie Barnave, nascido em Grenoble no dia 22 de Outubro de 1761 e guilhotinado em Paris no dia 28 de Novembro de 1793, era um político francês) e muitos outros, Lafayette e Mirebeau eram maçons, já Barnave embora sobre este tenha recaído essa suspeita pela grande maioria dos historiadores foi descartado.

Em todo o caso, na Assembleia Nacional Constituinte Francesa, calcula-se que perto de 200 deputados seriam maçons, num total de cerca de 1177. Isso não significa, todavia, que esses deputados estivessem irmanados de qualquer plano revolucionário-maçônico, de que tivessem sido incumbidos por qualquer diretório secreto, mas sim que carregavam em seus íntimos os Preceitos da Ordem.

A segunda revolução, a Revolução Girondina, foi de origem burguesa, defendia os direitos de propriedade, monárquica e constitucionalista, por convicção, parcialmente regicida (pessoa que mata um rei ou rainha), por necessidade, ainda que só a Convenção tenha decidido sobre o destino de Luís XVI (nascido em 23 de agosto de 1754 em Versalhes e executado em 21 de janeiro de 1793 em Paris, foi rei da França de 1774 - 1791, depois rei dos franceses de 1791 - 1792). Entre os deputados da Assembleia Legislativa deste tempo, calcula-se que mais de 200 destes fossem maçons, num total de 745. Muitos dos chefes girondinos eram igualmente maçons, como Jacques-Pierre Brissot (nascido em Chartres, França em 15 de Janeiro de 1754, falecido em Paris no dia 31 de Outubro de 1793 guilhotinado) foi um político revolucionário francês e chefe do partido político Gironda. Estudou em Paris e Londres, e trabalhou como ajudante de um escritório de advocacia em Paris. Foi preso por três meses na Bastilha, sob a acusação de escrever contra a Rainha. Participou da derrubada da Bastilha em 1789, e foi eleito para a Assembleia Nacional pelo Gironda, partido político burguês moderado na Revolução Francesa, e de oposição aos radicais democratas jacobinos. Tornou-se líder dos Girondinos, e caiu em desgraça. Terminou sendo guilhotinado com outros companheiros de movimento, segundo documentos era membro da loja Les Neuf Soeurs, também frequentada por Georges Jacques Danton (nascido em 26 de outubro de 1759, falecido em 5 de abril de 1794 em Paris) foi advogado e político francês, se tornou uma figura destacada nos estágios iniciais da Revolução Francesa, assim como Lucie Simplice Camille Benoist Desmoulins (nascido em 2 de março de 1760 em Guise, Aisne falecido em 5 de abril de 1794 em Paris) foi advogado, jornalista e revolucionário francês, foi também melhor amigo de Robespierre.

A terceira revolução, jacobina, teve também protagonistas maçons, entre eles, os seus chefes principais, Georges-Jacques Danton e Maximilien Robespierre (nascido em Arras dia 6 de maio de 1758, falecido em Paris dia 28 de julho de 1794) foi um advogado e político francês e uma das personalidades mais importantes da Revolução Francesa.

Os seus amigos chamavam-lhe "O Incorruptível". Principal membro dos Montanha durante a Convenção, ele encarnou a tendência mais radical da Revolução, transformando-se numa das personagens mais controversas deste período. Os seus inimigos chamavam-lhe o “Candeia de Arras”, “Tirano” e “Ditador sanguinário” durante o Terror, frequentara em Arras, na juventude, a loja Hesdin, enquanto Danton e outros, como Desmoulins e Hérbert, sejam tidos como obreiros da célebre loja de Paris Les Neuf Soeurs. Isso não logrou, todavia, que a célebre harmonia maçônica reinasse entre estes Irmãos, ao ponto dos três últimos – Hérbert, Desmoulins e Danton, terem visto as suas vidas findarem na guilhotina, por ação de Robespierre. E o mesmo sucedeu no ciclo seguinte da Revolução Thermidoriana, na qual padeceram, por sua vez, os maçons Robespierre e Couthon, entre outros também, às mãos de maçons, alguns deles que, tal como eles, pertenciam até ao Comitê de Salvação Pública, como, segundo parece, Collot d’Herbois e o próprio Barras.

Não obstante, a polêmica sobre a filiação maçônica de muitos destes homens é grande, mas na verdade esta é uma questão desnecessária para avaliarmos a importância da Ordem Maçônica nos momentos determinantes da Revolução. Na verdade, a tese favorável mais radical inclina-se para afirmar que a Revolução foi obra da Maçonaria e que se desenrolou consoante os seus planos. Ora eu custo muito a acreditar pela evidência dos fatos e pela lógica das coisas. Primeiro não houve uma revolução, mas uma sequência de golpes e contragolpes que levaram à sucessão e destituição de diferentes grupos políticos no poder, assim como à instauração de regimes políticos também eles desiguais nos valores estruturantes. Por conseguinte, nada disto era planificável, foi andando ao sabor dos acontecimentos, dos protagonismos individuais, de pequenos grupos dirigentes e a fatos muitas vezes comprovadamente acidentais. Segundo, porque se alguma coisa caracteriza os dez anos da Revolução foi o fato dela ter, como dizia premonitoriamente Vergniaud, “como Saturno, devorado os seus filhos”, ou, utilizando linguagem Maçônica, devorado muitos dos seus irmãos. Por outras palavras, não se vê possível um complô Maçônico (ou outro qualquer) que traçasse um plano tão caótico quanto o foi à sucessão de acontecimentos da Revolução Francesa, nem se imagina que os homens que eventualmente o tivessem gerado acabassem em semelhante tragédia. Não é, pois, razoável imaginar que os acontecimentos da Revolução Francesa fossem susceptíveis de um plano pré-concebido, menos ainda que tivesse sido imaginada e executada por quem quer que fosse menos ainda pelas suas sucessivas vítimas.

Ainda que a maior parte dos historiadores do tempo e da primeira parte do século XVIII (entre eles Michelet e Blanc) quase a não refiram e não lhe deem relevo, a tese da influência Maçônica na Revolução é praticamente contemporânea dos primeiros acontecimentos revolucionários, e é devida ao Abade Lefranc, um dos mais de 180 padres assassinados nos massacres de Setembro de 92, que, nesse mesmo ano, publicou um livro extenso intitulado Conspiração contra a religião católica e os governantes, cujo projeto concebido na França deve ser executado em todo o universo, (Conjuration contre la religion catholique et les souverains, dont le projet conçut en France doit s’exécuter dans l’Univers entier) no qual defendeu a tese de que fora a Maçonaria a autora da Revolução. Lefranc foi seguido na literatura antimaçônica e antirrevolucionária pelo célebre Abade Augusto Barruel, que, em 1798, publicou o seu não menos célebre livro Memória para utilização na história do jacobinismo (Mémoires pour servir à la histoire du jacobinisme). 
Estas obras ajudaram a criar a ideia da existência de uma conspiração vinda de fora da França contra a França e as monarquias europeias, que originou a Revolução, da qual seria responsável a Franco-Maçonaria francesa, enquanto mero tentáculo espúrio da “sinistra” Ordem dos Iluminados da Baviera, os célebres Illuminati que ainda hoje enchem páginas imensas da literatura “histórica” fantasiosa, como são o caso dos folhetins de David Brown (sobre as teorias históricas conspirativas, entre elas as que envolvem a Revolução Francesa e a Maçonaria, os Illuminati e os Templários, a interessante obra de Nicholas Hagger, The Secret History of the West, 2005).

É muito claro que os fatos descritos em todas as obras contemporâneas sobre a Revolução não permite sermos ingênuos, assim como não permite que alguém de sério cunho histórico diga que a Maçonaria tenha sido neutra nesta revolução e nem ao extremo oposto de dizer que esta Augustíssima Ordem tenha sido a criadora do movimento revolucionário.

Tratemos, então agora, do caso particular de Philippe-Egalité, Grão-Mestre do Grande Oriente de França, indiscutível pretendente ao trono em substituição do seu primo Luís XVI, e a cujas influências se imputam muitos dos primeiros acontecimentos revolucionários. Parece hoje inquestionável que, apoiado por homens como Mirebeau e Choderlos de Laclos e, até - há quem o sustente - pelo próprio Danton, o Duque de Orléans conspirou contra o seu primo e gastou nessa actuação uma verdadeira fortuna, ele que era o segundo maior proprietário do reino, imediatamente a seguir a Luis XVI. Estas eram, pelo menos, as suspeitas de Luís XVI e, sobretudo, de Maria Antonieta, que votava a Philipe uma desconsideração muito particular, embora hoje se acredite que a sua participação no fomento do fervor revolucionário não teve a dimensão, pelo menos nas ruas de Paris, que alguma historiografia lhe concedeu. É certo que ele foi, como já vimos, Grão-Mestre do GOF, mas parece também que a sua proximidade à Maçonaria era mais honorífica e formal do que material. O verdadeiro administrador-geral do Grande Oriente foi, por esses tempos e até 1789, quando emigrou para Inglaterra na sequência dos primeiros acontecimentos revolucionários (e, nesse mesmo ano, para Lisboa, onde veio a morrer), o émigré Sigismond de Montemorency-Luxembourg, adversário declarado do Duque d´Orléans e fiel partidário da Monarquia (na melhor das hipóteses, Constitucional...), que queria ver protagonizada por Luís XVI e não pelo seu duvidoso primo. Deste modo, poderemos concluir que os acontecimentos que levam até 1789 ultrapassam qualquer conspiração da Maçonaria, ou de uma loja maçônica, que pudesse ter sido concebida em favor das pretensões de Orléans. Esta, a ter existido, muito rapidamente perdeu fôlego e foi ultrapassada, pouco tempo depois de 14 de Julho, pela radicalização popular e sans-coulotte do processo revolucionário. Após a queda do Rei e o fim da Monarquia a 10 de Agosto de 92, o pobre Duque tornou-se uma figura verdadeiramente patética e transformou-se no absurdo Citoyen Égalité, ele que ainda no começo desse ano tentara uma reconciliação com Luís XVI, apenas frustrada pela intransigência, mais do que justificada, diga-se, do Rei. Caído em desgraça, foi preso a 6 de Abril de 1793, ainda pelo regime do Primeiro Terror. Em estado de desespero, o pobre homem tentou mesmo desmarcar-se do seu passado maçônico (o que demonstra bem que essa não era uma qualidade apreciada pela nova República), demitiu-se do cargo de Grão-Mestre a 5 de Janeiro de 93, e publicou uma deplorável carta de contrição no Jornal de Paris, a 22 de Fevereiro seguinte, pedindo desculpa por ter sido Maçom nestes termos: “Não conhecendo a maneira pela qual se compõe o Grande Oriente e não devendo haver, na minha opinião, nenhum mistério e nenhuma assembléia secreta numa República, sobretudo no princípio do seu estabelecimento, já não quero envolver-me em coisa nenhuma do Grande Oriente, nem saber das assembleias de franco maçons”. O ato foi-lhe de nenhuma utilidade, já que a lâmina da guilhotina lhe trataria competentemente do pescoço a 6 de Novembro de 93.

Sendo assim é impossível pensar que uma Ordem tenha se envolvido nestes fatos a não ser como incitadora do fim desta tão atroz disputa, vemos que o ato de constituição foi ajudado pelos preceitos Maçônicos, mas esta ordem nunca ordenaria a morte de seus Irmãos pela guilhotina, esses atos resultaram da disputa pelo poder, atos profanos e sem piedade ou consciência fraternal, tiveram muitos líderes que eram Maçons, mas assim também ocorre hoje em dia em diversos governos espalhados pelo mundo onde políticos são parte integrante da Ordem, o que não quer dizer que estes sigam os conceitos de pureza em todos os seus atos, mas digo veementemente convicto que a hora da mudança deste quadro virá e a Revolução virá do seio da população cansada de ser enganada, escravizada e subestimada, assim que isso acontecer, verão também muitos Irmãos unidos num só ideal, mas rogo que o Grandioso pai de todas as Nações nos auxilie em nossos atos, não permitindo que o derramamento de sangue em nenhuma das partes ocorram, que a retirada maciça desta podridão que nos representa, se dê defendendo os direitos ignorados com a luz da sabedoria e não aquela temporária causada pelo estrondo da pólvora, mas que logo a seguir é encoberta pela nuvem negra de fumaça e de sofrimento.

Um grande abraço a todos e espero que tenham gostado desta postagem, se restarem dúvidas podem comentar que responderei com muito prazer em momento oportuno.

4 comentários:

  1. A Maçonaria participou ativamente neste golpe de estado, q erroneamente é chamado de Revolução Francesa.
    Não foi nem revolução, pois era golpe de estado. E não foi nem francesa, pois a maçonaria é cabalista-internacionalista.

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    1. Exato. A Russia passou pelo mesmo processo. Repare que as ''desculpas'' são as mesmas. PObreza, seca. Apenas aproveitaram o momento e usaram as massas para atingir seus objetivos. Depois da formação do U$A, todo processo de internacionalização judaico-maçonica estava para começar e hoje, vivemos seu auge - e declinio, diga-se de passagem.

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  2. Muito bom! Estou cursando ciência política e sempre fui um aficionado pela ordem, estudando o estado mordendo e contemporâneo quis me aprofundar mais sobre o tema "revolução francesa" e assisti um documentário que me ajudou a entender mais sobre a revolução. Mas isso me fez despertar a curiosidade sobre o papel da maçonaria ou dos irmãos durante este grande fato. Aprendi fui uma aficionado pela ordem e no mês 05 deste ano fui comvidcon para participar porém ainda não enviei o formulário por alguns problemas pessoais, mas, logo pretendo estar junto a esse lugar de homens dignos, temente a Deus e que honram a família.
    Gratidao! Forte abraço a todos.

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  3. Todos os principais participantes da revolução eram maçônicos, indepndente da fase em que a revolucao estava - e o olho que tudo rouba, ops.. que tudo vê - está lá no topo da declaração do homem e do cidadão. Pardon meu querido, mas pra cima de mim não. A revolução burguesa é 100% obra da maçonaria, que queria matar os reis e tomar o poder, como foi feito ao longo dos seculos seguintes.. Sionistas, a elite judaico-maçonica, etc. Hoje, é fato. E ah, sou historiador e dou carteirada mesmo. Belo jogo de palavras, como é costume dos maçons e raposas, aves de rapina. Mas pra cima de moá? Noon

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