Este símbolo que há muito é tido por satânico, nada tem
haver com a Maçonaria que não sejam lendas, para começar irei relatar algumas
lendas defendidas pelos maçons.
Embora muitos não acreditarão que não existe um bode na
ordem, que não haja o sacrifício destes em “Rituais Satânicos”, afirmar para
quem já acredita neste despautério é malhar em ferro frio.
Nem os próprios maçons entraram em um acordo sobre a origem
do surgimento desta lenda, mas uma coisa é certa entre os Irmãos isso já se
tornou uma grande piada, usada para brincar entre si, entre iniciados e
visitantes.
Lendas do Bode
Uma das lendas aceitas por verdade, é a que nos conta que essa denominação de os maçons serem chamados de bode vem dos maçons que eram
torturados e não entregavam os seus irmãos nem os segredos da ordem, afirmavam
os torturadores aos seus superiores “é muito difícil arrancar alguma confissão destes,
eles mais parecem bodes”,
Agora o que o bode tem haver com isso?
Conta José Castellani (1937 - 21 de novembro 2007 foi médico
oftalmologista, escritor, jornalista e historiador. Autor de uma extensa obra
de livros maçônicos) que havia a prática de “expiação dos pecados”, por
parte dos Judeus, através dos bodes, estes relatavam suas falhas aos bodes,
para dividir o fardo e ainda assim, terem seus pecados guardados, pois estes
não possuíam o dom da fala. Conta-nos também que foi dessa prática que surgiu a
ideia de confissão por parte da Igreja Católica, confiando aos padres, pelos
votos prestados, que teriam a obrigação de não contar a ninguém, e embora seja
tida por verdade é esta uma lenda.
Outra foi, que na inquisição quando os maçons foram caçados,
como na época de Napoleão Bonaparte os maçons tinham de se reunir secretamente
na casa de um de seus membros, como a cada vez a reunião acontecia em um lugar
diferente, como saber onde iria acontecer? Simples. Um Irmão passearia com um
bode pela cidade, sendo esse o sinal de que a reunião aconteceria em sua
residência (Lenda esta contada pelo maçom Raul Silva, mas o mesmo já nos avisa
que esta é apenas uma lenda).
Este símbolo que há muito é tido por satânico, nada tem
haver com a Maçonaria que não sejam lendas, para começar irei relatar algumas
lendas defendidas pelos maçons.
Embora muitos não acreditarão que não existe um bode na
ordem, que não haja o sacrifício destes em “Rituais Satânicos”, afirmar para
quem já acredita neste despautério é malhar em ferro frio.
Nem os próprios maçons entraram em um acordo sobre a origem
do surgimento desta lenda, mas uma coisa é certa entre os Irmãos isso já se
tornou uma grande piada, usada para brincar entre si, entre iniciados e
visitantes.
Outra grande
personalidade da Ordem Maçônica foi Nicola Aslan (escritor maçônico de Chios,
nascido em 08 de junho de 1906 e falecido em 2 de maio de 1980 publicou extensa
obra sobre temas maçonicos), este nos conta que a lenda se deu início devido a
associação da Maçonaria ao Baphomet (imagem de um bode humanizado) por Marie Joseph Gabriel Antoine Jogand Pagès (nascido
em Marselha, em 21 de Março de 1854 - Sceaux, em 31 de
Março de 1907) também nomeado Léo Taxil, mas usou vários
pseudônimos de Paul de Régis, Adolphe Ricoux, Samuel Paul Rosen e Dr.
Bataille. Os nomes Léo Taxil e Doutor Charles Hacks, foram na verdade
pseudónimos coletivos. Taxil foi escritor e jornalista francês, conhecido por
ter enganado parte das hierarquias eclesiásticas com uma falsa confissão sobre
a Maçonaria.
O Baphomet era um símbolo Templário e foi associado
a Maçonaria devido a este sensacionalista Léo Taxil, que em um de seus
livros relatava uma série de afirmações sobre a relação deste Ser com a ordem.
Taxil de fato foi iniciado na Maçonaria, porém não existem relatos que o mesmo
tenha ido além do primeiro grau, a obra deste fez muito sucesso na época e foi
creditada como verdade, pela Igreja Católica e por seus seguidores, no entanto
ele mesmo desmentiu essa história e contou que a obra não era verdadeira.
Os cristãos diziam que Taxil estava com medo dos
maçons e que por isso desmentiu toda a história, mas esta era uma tentativa da
própria Igreja de não parecer tão ingênua por ter dado credibilidade ao autor e
a sua obra.
Uma frase de resposta do citado autor para a Igreja
foi: “Vocês realmente acharam que eu havia me convertido ao cristianismo”?
Baphomet acredita-se que ele tenha tido ligação com
os Templários, por conta que alguns cavaleiros terem confirmado sob torturas ao
comando de Felipe o Belo, terem prestado reverências a um símbolo cujas
descrições eram semelhantes aos deste Ser, mas nunca ficou claro ao que
exatamente estavam se referindo.
Nas góticas construções Templárias, onde podiam
serem identificadas imagens que relacionavam-se a descrição de Baphomet, eles
estavam aparentemente tomados por gárgulas. Nas construções da Igreja de Saint
Merry e da Comendadoria Saint-Bris-Le-Vineux estão às figuras mais famosas,
entretanto a imagem que hoje é mais conhecida foi desenhada no século XIX pelo
escritor e martinista Eliphas Levi (nome de baptismo Alphonse Louis
Constant, nascido em 8 de fevereiro de 1810 , falecido
em 31 de Maio de 1875, foi
um escritor e ocultista francês), até então não existia uma
imagem padronizada deste personagem, era geralmente parecido com um Gárgula de
chifres, haviam outros elementos, mas nunca perdendo seu objetivo de apresentar
as bases da Alquimia.
Nas imagens Alquímicas era comum a representação
dos quatro elementos e com Baphomet não foi diferente, a citar a tocha na
cabeça, as escamas em seu corpo, as asas e por fim as patas de bode,
respectivamente representando os elementos fogo, água, ar e terra. O pentagrama
na testa representando a magia ou o “Homem Perfeito”, tendo que o termo se
origina da língua Persa, “magi” ou “magus” que significa sábio, o quadrado que
este se posta encima representando a matéria e o domínio sobre esta.
Na Pérsia os homens considerados sábios, ou homens
perfeitos, foram aqueles que eram capazes de extrair dos mistérios da natureza
a relação direta desta com o homem.
Em seus braços estavam escritos termos “Solve”
(braço direito, apontando para cima) e “Coagula” (no braço esquerdo, apontando
para baixo). Solve significa dissolver o Agente Mágico e Coagula significa
coagular esse agente no plano físico, ou seja, além de extrair saberia o “Homem
Perfeito” aplicar isso no plano terreno, a posição dos braços representa o
axioma Hermético que significa “tudo que está em
cima é como tudo que está em baixo”.
Muito comum também nos símbolos alquímicos é a do
masculino e feminino, e neste símbolo encontramos os dois, o falo masculino representado
pelo Caduceu ou emblema de Hermes (Mercúrio), representando a Kundalini (força
produzida pela união das energias dos Chackras masculino e femininos), como
também podemos encontrar os seios femininos representando a maternidade e
fertilidade.
A palavra "Baphomet" em hebraico é como
segue: Beth-Pe-Vav-Mem-Taf. Aplicando-se a cifra Arbash (método de
codificação usado pelos Cabalistas judeus),
obtém-se Shin-Vav-Pe-Yod-Aleph, que se soletra Sophia, palavra grega para
"sabedoria".
Embora várias tenham sido as suas supostas
representações, a única possível imagem de Baphomet encontrada em um santuário
templário consta de uma cabeça humana com três ou quatro faces, cada uma
representando uma face de Deus ou de Hermes, como está
no Convento de Cristo de Tomar. Hoje sabe-se que a figura
do bode de Mêndes, a qual Eliphas Levi atribuiu o "posto" de
Baphomet, não passa de uma figura ocultista que nada tem a ver com o Baphomet
Templário.
A história em torno do Baphomet foi intimamente
relacionada com a da Ordem dos Templários, pelo Rei Filipe IV de França e
com apoio do Papa Clemente V, ambos com o intuito de desmoralizar a Ordem,
pois o primeiro era seu grande devedor e o segundo queria revogar o tratado que
isentava os Cavaleiros Templários de pagar taxas à Igreja
Católica.
A “Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do
Templo de Salomão”, também conhecida como Ordem do Templo, foi fundada no
ano de 1118. O objetivo dos cavaleiros templários era supostamente
proteger os peregrinos em seu caminho para a Terra Santa. Eles receberam
como área para sua sede o território que corresponde ao Templo de Salomão,
em Jerusalém, e daí a origem do nome da Ordem.
Segundo a história, os Cavaleiros tornaram-se
poderosos e ricos, mais que os soberanos da época. Segundo a lenda, eles teriam
encontrado no território que receberam documentos e tesouros que os tornaram
poderosos. Segundo alguns, eles ficaram com a tutela do Santo
Graal dentre outros tesouros da tradição católica.
Em 13 de outubro de 1307, sob as ordens
de Felipe, o Belo e com a conivência do Papa Clemente V, os
cavaleiros foram presos, torturados e condenados à fogueira, acusados de
diversas heresias.
O rei francês, nessa altura, acusava os templários
de adorarem o diabo na figura do que eles chamavam Baphomet (a partir
daí criou-se a crença de um demônio chifrudo), de cuspir na cruz, e de praticar
rituais de cunho sexual, inclusive práticas homossexuais aberrante
(embasado no símbolo da Ordem, que era representado por dois Cavaleiros usando
o mesmo cavalo). O Baphomet tornou-se o bode expiatório da condenação
da Ordem pela Igreja Católica e da morte de templários na fogueira que se
seguiu a isto.
Finalizando o assunto espero ter sanado qualquer
dúvida sobre a relação da Maçonaria com o bode e espero também ter tirado
qualquer dúvida, ou mistério quanto à figura de Baphomet.
Procurei com esta complexa postagem responder a
possíveis questionamentos, tendo em vista que mesmo os maçons afirmam quando
questionados sobre o assunto que “não existe bode na Maçonaria”, mas sem
explicar, alguns até mesmo por não saberem, outros por acharem muito complexo o
tema.
Quaisquer dúvidas podem postar que responderei em
momento oportuno.