segunda-feira, 8 de julho de 2013

A Caneta que Desenhava o Futuro

Leonardo Da Vinci é um nome que une arte e ciência, foi pintor, arquiteto, tecnólogo e pesquisador. Tornou-se um mito no seu tempo, foi acusado de bruxaria e, para muitos dos seus contemporâneos era considerado uma espécie de Mago Merlin a serviço da nobreza e dos poderosos.

Inventou muitíssimos objetos que fazem parte dos nossos dias, incluindo as lentes de contato e os tanques de guerra.

Leonardo mandou um hábil artesão fabricar para si uma caneta parecida com uma caneta-tinteiro, diferente da pena de ganso, que até então era o único instrumento para escrever na sua época, ela não precisava do tinteiro para lançar mão da tinta.

Da Vinci teve sua infância no campo na aldeia dos seus avós, este nasceu 40 anos antes da descoberta da América por Cristóvão Colombo, em uma aldeia na região de Florença, então capital de um dos muitos Estados em que estava divida a Itália. Leonardo cresce no fim do período histórico que na Europa foi denominado de Idade Média, em boa parte sombria para as artes e as ciências. Torna-se adulto, artista e cientista no início do período que é definido como Renascimento.

Mais que isso, para muitos Leonardo é o homem do Renascimento, aquele que, mais do que qualquer outro, representa a reabilitação da arte, da ciência e da razão.

Esta ilustre figura é filho do Ilustríssimo Senhor Piero da Vinci, seu nascimento foi registrado na data de 15 de abril de 1452, em um sábado as 22hrs30min, sua mãe se chamava Caterina, mas seus pais não eram casados, pois ela era uma camponesa enquanto ele um homem nobre, da família mais importante de Vinci, Piero se casou com Albiera, filha de um tabelião de Florença, já sua mãe era casada com Attaccabrighe, não morou este com sua mãe nem seu pai, pois tinha residências distintas.

Aprendeu a ler com seu avô e este era canhoto, costumava caçar com seu Tio Francesco e aprendeu com este a atravessar com segurança córregos e pântanos.

Em sua época as únicas máquinas difundidas eram os moinhos, perto de seu vilarejo havia um usado para fazer farinha moendo o trigo, amassar azeitonas e extrair o azeite, assim a água e as máquinas deixaram Leonardo fascinado por toda a vida, ele inventou máquinas extraordinárias, que serão de fato produzidas somente em nossos dias.

Seu tio Francesco é que o ensina a desenhar com lápis numa folha de papel, em sua época o papel era algo precioso, mas seu pai sendo tabelião de notas, sempre teve em casa papel tinta e pena de ganso para escrever. Seu tio de acordo com afirmação de seu avô só pensa em garotas e usa este artífice como fonte para conquista, pois segundo o mesmo afirma “As garotas gostam de ser desenhadas”.

Quando novo ia sempre à oficina de cerâmica, onde aprendeu a modelar argila, fazendo pequenos vasos, pratos e esculturas, depois o ceramista queimava as peças no forno e endurecia a argila.

Mas desde muito jovem, tinha o sonho de ser um passarinho e intentava voar mundo afora.

Embora Leonardo fosse o primogênito de Piero, era filho ilegítimo, isso o impediu de seguir a profissão do seu pai (creio eu que nada mais nada menos do que Deus, estava desenhando as linhas de um futuro brilhante), seu pai o vai buscar e este tem carinho por seu filho, também não se importa muito com as convenções sociais e assim leva seu filho consigo.

Seu pai se ocupa de política enquanto seu filho Leonardo é paparicado por cozinheiros e criados, este casasse novamente, Leonardo tem meios-irmãos em número suficiente para montar um time de futebol.

É inscrito por seu progenitor em uma escola de ábaco (espécie de calculadora manual), seu professor diz que este é muito bom, mas também diz que é um pouco estranho, nem mesmo tenta corrigir o seu canhotismo, assim como é de costume na época e todos percebem que este desenha muito bem com a mão esquerda. Assim seu pai pega seus desenhos que ficavam sobre a mesa e o leva para a oficina de arte mais badalada da cidade a oficina de Andrea Del Verrocchio, mesma oficina que trabalham outros jovens, como Sandro Botticelli e Pietro Vannucci (conhecido como Perugino).

Este inicia na oficina aprendendo a moer pedras para fazer tinta, (garante Botticelli que todos começam desta mesma forma, para que Leonardo se mantenha calmo e persistente), mas este não faz apenas desenhos, aprende a pintar com perfeição, começa a finalizar os desenhos de Verrocchio, seu Mestre diz que este tem muita habilidade, mas um dia se enfurece e diz que se todos seus aprendizes pintassem como o próprio Leonardo, ele desistiria de pintar.

Alguns anos depois se inscreve na Corporação de São Lucas, uma associação dos pintores florentinos, onde se tornará um pintor profissional. A primeira pintura a óleo sobre madeira deste tem por título A Anunciação, já sem a tutela de Verrocchio.

Esta representa a cena do Arcanjo Gabriel anunciando à Virgem Maria que ela conceberia Jesus Cristo. A tela, uma das primeiras pinturas conhecidas de Leonardo, foi produzida entre os anos de 1472 e 1475, assim este contava com 20 a 23 anos de idade e nesta idade já tinha seu talento reconhecido, pois esta pintura foi uma encomenda para Leonardo recebido do convento de São Bartolomeu do Monte Oliveto.

Todos, então, já reconhecem o talento deste excepcional artista.

Leonardo acreditava que podia pintar qualquer coisa no mundo, seu pai certa vez lhe trouxe uma rodela de madeira porque queria que Leonardo pintasse para o administrador de sua fazenda. Preencheu com pequenos monstros e lhe deu um aspecto tão terrível e assustador que seu pai quis para si. Depois, ele a revendeu por um preço exorbitante.

Em primeiro de janeiro de 1478 Leonardo recebeu primeira encomenda do governo da cidade, remuneração de 25 florins, tratava-se de uma mesa de madeira, para o Palácio della Signoria, mas nunca a terminaria. Quem terminou este trabalho foi seu colega Filippino Lippi, que complicava menos as coisas.

Neste mesmo ano a família Medici a mais poderosa de Florença foi atacada na Igreja pela família rival, os Pazzi. Giuliano Medici foi assassinado, seu irmão Lorenzo mesmo ferido e sangrando sobreviveu.

Um ano depois, o assassino de Giuliano Medici é capturado e enforcado, sem nenhum processo legal. Leonardo desenhou o acontecimento como um repórter fotográfico de hoje em dia, mas não foi escolhido pelos Medicis para fazer o quadro para imortalizar o episódio.

Embora não faltassem trabalhos para Leonardo este não conseguia se concentrar e gasta sua energia com mil coisas diferentes, chega até a abrir um restaurante com seu amigo Botticelli.

Estava sempre no ateliê de seu amigo Zoroastro, este era um pouco artesão, um pouco artista e um pouco mágico, para este Leonardo levava seus desenhos das máquinas que gostaria de construir e ele fazia os protótipos.

Depois de ser acusado de atos imorais com outros jovens, caso este que se fosse confirmado poderia ser queimado na fogueira, Leonardo decide se mudar para Milão, saindo de Florença, a viagem a cavalo levou três dias, hoje em dia esta viagem levaria menos de três horas de trem, ou pela estrada

Em sua viagem foi acompanhado por Atlante Migliorotti, músico que toca lira, nesta cidade vai também convidado como lirista assim como Atlante, mas na verdade este tem interesse de ser contratado em funções diferentes. Numa carta que enviou ao duque ele mesmo se descreve como um engenheiro hábil, inventor de mecanismos de guerra.

Trabalhando para Verrochio Leonardo aprende a fundir metais e recebe a função de fazer a maior estátua equestre em bronze já feita no mundo até aquele momento.

Leonardo foi convidado para pintar um retrato de Cecília Gallerani a amada do Duque, esta com quem o artista simpatiza muito. É um quadro curioso, pois a retratada tem um arminho nos braços, uma espécie de doninha, parecido com o furão. O retrato é tão belo e intenso que permite que o seu autor ganhe a confiança ilimitada do duque.

O quadro supracitado é o mais celebre de Leonardo depois de Mona Lisa, também conhecido por A Gioconda.

Nosso artista retratado aqui passa nesta cidade pela grande peste, e neste os pobres morrem aos montes, os mortos são recolhidos pelos caminhos e enterrados em grandes fossas comuns, os ilustres doutores dizem que a peste ocorre por causa dos vapores dispersos no ar. Leonardo pelo contrário acredita que a doença se espalha por outros motivos, a falta de esgoto e a sujeira que existe por toda parte.
  
Leonardo toma suas precauções tomando banho, mantendo-se limpo e também era vegetariano.

Pensando em afastar o povo desta peste projeta um sistema de esgotos ideal que se expande em vários níveis. Depois disto este é nomeado engenheiro da corte do Duque Ludovico o Mouro. Como tal projeta novos edifícios, obras, fortalezas e obras de utilidade pública, melhora máquinas e inventa outras.

O duque e sua corte o admiram, mas passam a amá-lo quando passa a colocar sua criatividade a favor das festividades e recepções, algumas delas entram para a história.

O Baile dos Planetas, casamento de Gian Galeazzo Sforza com Isabel de Aragão, este será lembrado pela quantidade de maravilhas que sucederão, Leonardo desenhou cenografia, máquinas de cena, fez o uso do trabalho de centenas de pintores, operários, um exército de costureiros, para trabalharem nos trajes que Da Vinci também desenhou. Entre as surpresas estão a erupção de um vulcão com fogo e lava, mas a máquina mais espantosa que constrói é a que imita os movimentos dos planetas. Estrelas, Sol e Lua que giram ao redor da Terra numa dança excepcional, esta máquina ilustra o radiante horóscopo dos dois jovens noivos.

Infelizmente o menino que interpreta o Sol vai morrer por causa da tinta dourada com que estava pintado.

Como engenheiro está sempre a se transportar pelos mais longínquos domínios de Ludovico, levando consigo sempre seu caderninho de notas e sua caneta especial, esta se trata de um objeto realmente único, que Leonardo mesmo projetou. É um tipo de caneta capaz de escrever e desenhar sempre com a mesma qualidade e principalmente, sem ter de molhar continuamente o bico da pena no tinteiro.

Neste caderninho, Leonardo escreve tudo a sua maneira, da direita para a esquerda, até mesmo sua assinatura, este não é um código indecifrável era necessário apenas um espelho para ler, porém aos leigos os meus escritos permanecerão um mistério durante séculos.

Como pintor este grande artista trabalhou num grande afresco no refeitório da Igreja Santa Maria delle Grazie, em Milão. Tem o título de A Última Ceia, quando nem estava terminado já recebia visitas de pintores e curiosos de todas as partes da Europa.

Um dia chega a sua cada uma senhora bastante idosa, é a sua Mãe Caterina, ela tinha ficado viúva e seu outro único filho foi para a guerra. Estava precisando de ajuda, Leonardo passa a responsabilizar-se por ela e abriga-a em sua casa.

Luís XII, novo Rei da França, descendente dos Visconti, soberanos anteriores de Milão, eles foram removidos do poder exatamente pelo pai do Mouro, com essa desculpa, Luís XII declara guerra a Ludovico.

No verão de 1499, o exército de Luis XII invade o Ducado de Milão, as máquinas e as defesas que Leonardo havia organizado adiantaram pouco, em outubro as tropas francesas entram na cidade sem o disparo de nenhum tiro, pois o duque Ludovico havia abandonado a cidade, até sua estatua de argila foi reduzida a mil pedaços. Assim Da Vinci parti amargurado, pois sua vida dá uma grande reviravolta.

Saído de Milão Leonardo teve passagem pela Cidade de Mântua, a marquesa Isabella lhe ofereceu um trabalho como perito militar, mas na verdade ele desconfiava o que queria ela na verdade era um autorretrato seu feito pelo artista, mas a contra gosto, pois a acha antipática, por querer escolher as cores, o enquadramento o tema e tudo o mais, Leonardo na verdade não a suporta, por isso deixa-a falando sozinha e parte para Veneza.

Em Veneza é nomeado como conselheiro militar e como tal propõem desviar um rio para afogar o inimigo traça um plano de ataque que prevê o emprego de mergulhadores e sapadores subaquáticos. Mas seus conselhos não são escutados, pois bate de frente com ideias velhas e com almirantes poderosos, como não gosta de não ser ouvido vai embora.

Leonardo ainda trabalha com César Bórgia, como engenheiro militar, sendo indicado por seu amigo Nicolau Maquiavél, assim ele é muito bem pago e também super bem tratado. Para fins militares também desenha os mapas da cidade, a novidade desses mapas é que são feitos em escalas orientados segundo os pontos cardeais, muito precisos e completamente inovadores na época.

Mas César Bórgia é cada vez mais insuportável e terrível, tendo um lado obscuro, péssima índole assassina, até as pessoas que lhe são mais leais e entre elas estão alguns amigos meus, rebelam-se a certa altura, gostariam que ele adotasse um comportamento mais humano, mas o que ele faz? Ele as convida para seu palácio. Eles aceitam, sentam-se à mesa e ele dá ordem de estrangulá-las. Assim Leonardo decide mudar de ares antes que fosse tarde demais.

A experiência com César Bórgia fez de Leonardo um perito militar difícil de ser vencido e muito temido por príncipes e governos. Este projetou muitas máquinas de guerra, como a balista (maquina lança-pedras) e a engenhoca que chamou de metralhadora, para disparos múltiplos de arma.

Quando retorna a Florença como conselheiro militar, acha que não tem rivais, mas ao invés disso, encontra um concorrente de todo o respeito, um jovem escultor chamado Michelangelo Buonarroti, este o deixou verdadeiramente incomodado.

Um relato de uma conversa dos dois pode ter de vez revelado a insatisfação de Leonardo com Michelangelo esta foi nos seguintes termos:

Sempre se encontravam nas ruas, nas praças e nas festas dos grandes senhores de Florença. Nestes encontros certa vez Michelangelo afirma que a escultura é superior a pintura (o que Leonardo encarou como uma grande ofensa),  dizendo que a pintura é coisa de mulher, de gente com as mãos delicadas como as de Da Vinci, foi neste momento que este pegou uma barra de ferro e entortou e disse: “Agora tente endireitá-la, escultor braço-de-tora”.

Dizem que este respondeu com uma rima, mas nos diversos escritos de Leonardo diz não ter ouvido rima nenhuma.

Michelangelo, 23 anos mais jovem que o rival, era irreverente, impetuoso e, não raramente, malcriado. Sua intempestividade lhe rendeu brigas homéricas com os Médicis, a família florentina que patrocinava grande parte dos artistas da época.

Discordava daqueles que viam em Leonardo um gênio. Mas, num cantinho qualquer do seu ateliê, Michelangelo se via na obrigação de estudar as experimentações de seu grande desafeto, por ele ter sido precursor de uma série de inovações técnicas – como o “claro/escuro”, o jogo de sombra e luz. “Michelangelo nutria por Leonardo um misto de inveja, discordância e admiração velada”, diz Maria Elisa de Oliveira Cezaretti, professora de História da Arte na Faculdade Belas Artes, de São Paulo.

Por causa das constantes viagens a trabalho – para Roma, Milão, Bolonha e para países vizinhos –, decorrência das encomendas dos mecenas, é provável que os dois gênios renascentistas não tenham passado muito tempo juntos em Florença. Se essa relativa distância ajudou ou atrapalhou uma possível aproximação, ninguém pode dizer. Outra coisa sobre a qual é difícil dar certeza é sobre o quanto as diferenças entre ambos – e também o que tinham em comum – colaboraram para a inimizade. Um dos únicos a especular sobre o assunto foi Sigmund Freud. O pai da psicanálise encontrou algumas semelhanças entre ambos: de um lado, os dois tinham dificuldade em lidar com a figura da mãe, ausente em suas infâncias. De outro, os dois eram homossexuais – Leonardo mais bem-resolvido, Michelangelo totalmente enrustido. Essas questões, levantadas por Freud, só ele mesmo explica – a maioria dos historiadores da arte não considera esses aspectos nas suas análises.

Mas se Michelangelo era uma pessoa difícil, Leonardo também tinha seus ímpetos. “Há um episódio divertido que aparece em um dos seus blocos de notas”, diz a historiadora Liana Rosemberg. Era um sábado santo e um padre fazia a ronda da sua paróquia, abençoando as casas com água benta. Ao entrar na sala do pintor, o padre espalhou água benta sobre algumas obras. “Por que o senhor está molhando as minhas pinturas?”, perguntou Leonardo, aborrecido. “Esse é o meu dever”, disse o padre, explicando que, segundo a promessa divina, quem pratica o bem na Terra recebe o dobro no Céu. Leonardo esperou o padre terminar a bênção e subiu para a janela da sua casa. De lá, quando o padre saía, despejou uma bacia de água sobre sua cabeça. “Eis o dobro que está vindo de cima em retribuição ao bem que o senhor acabou de me fazer com a água benta, arruinando metade das minhas pinturas.”

Ainda para piorar os ânimos entre os dois ícones da arte, Leonardo Da Vinci é chamado para retratar numa grande parede do palácio do governo uma cena de guerra a batalha de Anghiari em que os florentinos venceram os milaneses em 1440. Leonardo fica contente com o convite só tem um problema na parede da frente Michelangelo foi convidado a fazer um afresco tão grande quanto o seu, pintando a batalha de Cascina, mas nenhum dos dois termina suas pinturas. E infelizmente não nos foi possível ver de frente as duas pinturas em forma de batalhas, talvez retratando o que havia um com o outro.

O que parece razoável é pensar que a existência da rivalidade só fez o trabalho de Michelangelo e Leonardo crescer. “As obras deles se tornaram atemporais – e esta é a marca dos gênios”, afirma Liana Rosemberg. Que o digam a provocadora Mona Lisa (1506), enigmática como Leonardo, e a última Pietà (1564) de Michelangelo, que transpira a tempestade de emoções e o sofrimento de seu criador.

Foi nesta época também que Leonardo iniciou seu quadro mais famoso, o de Monalisa, a conhecida  também como Gioconda, mas nunca será entregue este quadro a quem encomendou, sempre levará consigo, retocando e aperfeiçoando a obra pelo resto da sua vida.

Leonardo se muda novamente para Milão chamado por Charles d’Amboise, marechal da França e governador de Milão, seu pai nesta mesma época morreu, deixando dez filhos e duas filhas, além de Leonardo. 

Como mente inventiva que era Leonardo neste mesmo tempo estudou a luz e a visão, pensa que esta se propaga como ondas, faz assim experiências de óptica com lentes de vidro, chega perto de inventar o telescópio e até constrói um aparelho muito parecido com um projetor.

Novamente Leonardo se muda, pois os franceses são expulsos de Milão e mais uma vez faz suas malas, porém antes de partir percebe pelos seus estudos de anatomia, que a estrutura humana pode resolver diversos problemas mecânicos e arquitetônicos, pois contempla a perfeição arquitetônica do corpo humano.

Este desenho de Leonardo é chamado Homem vitruviano, porque ilustra um capítulo do livro de Vitrúvio (arquiteto e engenheiro da Antiga Roma), onde são descritas as proporcionalidades entre as partes do corpo humano.

Terá assim tempo para se aprofundar nos estudos de anatomia, mas é espionado pelos dois assistentes que lhe são designados, que veem cortando um cadáver e o denunciam por bruxaria, então tem que interromper seus estudos por ordem do Papa.

Os romanos o acham um bruxo, assim decide se divertir um pouco com essa história. Prepara então uma pegadinha para quem vai bisbilhotar sua casa. Ele deixa o visitante à vontade numa saleta onde instalou um intestino de boi, que infla até fazê-lo ocupar todo o espaço disponível, quase sempre o visitante não entende o que está acontecendo, acha que a sala está encolhendo e grita aterrorizado. Também adestra um grande lagarto e lhe ensinou a ficar empoleirado nos seus ombros, coloca em sua cabeça dois assustadores chifres e, no corpo, uma dúzia de olhos suplementares e duas grandes asas membranosas, o resultado disto um dragão. Mantém o animal fechado numa caixa que leva consigo, quando o solta nos salões do Vaticano acontece uma confusão geral.

Faz ainda pequenos dragões de papel colorido que lança de sua janela. São apenas minúsculos planadores coloridos, mas para os supersticiosos daquela cidade, são piores do que qualquer alienígena imaginado em nossos dias. Esses pequenos monstros voadores são apenas brinquedinhos inofensivos, mas na realidade ele estava tentando construir uma máquina voadora há muitos anos, estudou o voo dos pássaros, projetou asas artificiais e construiu máquinas capazes de movimentá-las. Algumas de suas máquinas voadoras funcionariam admiravelmente, se fossem movimentadas por motores ou fabricadas com os novos materiais sintéticos, mas no século XVI tentar um voo humano com uma das suas máquinas eram um empreendimento perigoso. Assim mesmo, muitos tentam, até Zorooastro, o mago, artesão e amigo de Leonardo.

O papa encarrega o artista de desenhar o mapa dos Pântanos Pontine e depois projetar o saneamento do local, os canais vão escoar as águas estagnadas até o mar, esta foi a maior obra hidráulica realizada neste século, posteriormente a região ficou habitável e cultivável graças ao projeto deste sábio.

O papa seu admirador pessoal o nomeia embaixador e o envia ao encontro do rei da França Francisco I.

Leonardo o encontra em Bolonha, como presente e sinal de paz constrói um robô em forma de leão de ouro, este é um leão assustador que avança na direção do rei e depois se abre, depositando a seus pés centenas de lírios brancos símbolo da coroa francesa.

O rei o convida para seguí-lo até a França, oferecendo uma altíssima quantidade em dinheiro, uma residência nobre, tempo e recursos que quisesse para continuar suas pesquisas. Leonardo aceita.

Uma passagem subterrânea liga sua casa ao castelo do rei, e ele sempre vai ao encontro do grande artista pedir-lhe conselhos, mas não é considerado um criado faz tudo, para o rei Leonardo é um amigo, um confidente meio mágico.

Os anos passam e Leonardo vai ficando velho, cansado e cheio de doenças. Uma espécie de artrite paralisa-lhe as mãos, por este, cansa de escrever e desenhar Melzi e Salai o ajudam a terminar seus últimos quadros como o São João que aponta para o céu.

Leonardo evidência que a mão neste quadro está apontada para o céu, pois este pensa em ir embora logo, mas uma teoria interessante fala que esta é a representação da mão dos mistérios, que é um convite para adentrar aos conhecimentos mais sublimes, aos maiores mistérios e o dedo apontado para cima afirma: “O que está acima é como o que está abaixo”. Não deixando de significar que Leonardo queria compor o Oriente Eterno, porém mais que isso segundo esta hipótese bem intrigante Leonardo, acreditava que ao deixar o corpo passaria a compor o conhecimento de tudo e de todos e que tudo seria revelado sem chaves, ou segredos.

                No dia 23 de abril de 1519 faz assim seu testamento. Deixa aos seus meio irmãos de Florença tudo o que ficou na Itália, inclusive uma conta de 400 escudos de ouro e a pequena propriedade recebida do seu Tio Francesco, a cada um de seus criados e colaboradores deixa alguma coisa, para Salai deixa um vinhedo de 100 escudos de ouro, para Francesco Melzi, todos seus desenhos.

            Leonardo deixa o mundo em 2 de maio de 1519, parte em paz e rodeado de seus amigos, foi sepultado em Amboise, numa capela próxima ao castelo e logo virou mito, na arte, na ciência e na tecnologia, não há uma área do conhecimento em que ele não tenha deixado uma marca ou uma invenção concreta, tudo foi documentado no inestimável patrimônio de escritos e desenhos que confiou ao seu amigo Francesco Melzi.

Infelizmente quando Melzi retorna à Itália com esse tesouro consegue juntar apenas o Tratado da Pintura, o restante do material, primeiro foi esquecido no sótão de casa de Vaprio d’Adda, depois disperso e, em parte, perdido. Somente mais tarde (décadas e mesmo séculos depois), as mais de 3.500 páginas escritas e desenhadas por Leonardo começaram a ser colocadas em ordem e reunidas em “códigos”. Código de Madri, Código Foster, Código Windsor e ao Código mais encorpado foi dado o nome de “Código Atlântico”, pelas dimensões do volume, parecidas com aquelas de um atlante geográfico, ou talvez para recordar o mítico Atlante, que segundo os antigos gregos, levava o globo terrestre nos ombros, e aqui, neste código leva uma enorme quantidade de conhecimentos.

A redescoberta e a catalogação dos apontamentos de Leonardo ainda não chegaram ao fim e reservam contínuas surpresas. Mas uma coisa é certa, se o trabalho tivesse sido logo corretamente interpretado, ordenado e divulgado, a civilização teria progredido aos níveis atuais com alguns séculos de antecedência. Talvez Napoleão tivesse viajado de avião e teríamos já colonizado todos os planetas do Sistema Solar, ainda o homem muito provavelmente tivesse mais respeito pela natureza e pelos recursos naturais do planeta.

Curiosidades:

Leonardo da Vinci foi um dos grandes Alquimistas de nossa história, recorreu a esta para produzir tintas e depois utilizava-as em suas pinturas.

Arte daqueles que se propunham a transformar metais comuns em ouro, quem sabe por meio da pesquisa da mítica Pedra Filosofal, o que na verdade não diz respeito a transformação de metais, mas sim do homem, a ascensão espiritual e a melhoria dia-a-dia em busca da perfeição, mas é também o conjunto de conhecimentos químicos e metalúrgicos do tempo de Leonardo.

Nos estudos do corpo e dos órgãos que compõem um ser vivo Leonardo dissecou corpos de defuntos para desenhar seus órgãos internos, por causa de tais pesquisas foi acusado de bruxaria.

A arte técnica de projetar e construir edifícios e outras grandes obras. Leonardo projetou castelos, catedrais e uma cidade inteira. Para Leonardo, como para os antigos gregos e romanos “arte” queria dizer “saber fazer bem”. Assim, em cada trabalho seu, colocava todos os conhecimentos e a habilidade que tinha, além de claro todo seu enorme talento.

Criou balas muito parecidas com as concepções usadas hoje em dia, criou uma balestra com dispositivo mecânico, com capacidade de repetições, uma bicicleta moderna representada de forma tridimensional (invenção encontrada no Código Atlântico e atribuído como invenção de Salai o espertinho e travesso criado de Leonardo), projetou impressionantes canais, um projeto de caneta muito parecida com as canetas-tinteiro modernas, o escafandro que era um sistema para caminhar debaixo d’água, com o objetivo de alcançar e sabotar os navios inimigos.

Houveram outros montes de invenções como o espeto automático que era muito difundido no tempo de Leonardo, este girava automaticamente movido pelo ar quente que subia pelos cantos da churrasqueira, projetou o parafuso aéreo, que permitia que se levantasse voo graças a um princípio com as hélices dos helicópteros, lentes de contato, mapas em escala, moedor, morteiro boca-de-fogo primitiva, que lançava grandes bolas de pedra ou de ferro, nadadeiras pés-de-pato, paraquedas em forma de pirâmide, enormes pontes, colete salva vidas, conjunto de obras de saneamento, sistema para flutuar sobre a água (sapatos flutuantes), submarino, tanque de guerra e muitos outros.

Algumas de suas invenções são tão modernas que alguns autores chegam a cogitar que este tinha origem extraterrestre.

Realmente uma sabedoria inigualável, para a época em que viveu era praticamente inimaginável, um alquimista que ate hoje não foi entendido em toda sua complexidade e inteligência, como costumo dizer um enviado que nos foi trazido para difundir conhecimentos e tonar nossas vidas um pouco mais fáceis.

Agradeçamos ao Grande Geômetra por nos enviar sempre sua providência e seus enviados.

Espero que tenham gostado desta história intrigante deste ícone da história.

Abraços fraternos.