domingo, 27 de janeiro de 2013

A Revolução Francesa e a Influência da Maçonaria


O papel da Maçonaria na Revolução Francesa é também um ponto de discórdia entre vários escritores, entre muitas autoridades eclesiásticas, Maçônicas e também historiadores.
As diversas opiniões são muito controvérsias, por alguns é atribuído um papel central e decisivo à Maçonaria, pela preparação, pela conspiração e por fazer eclodir o furor  revolucionário contra a Família Real, outras vezes lhe atribuem também um papel de algoz responsável pelas mortes de setembro e do Terror, ora fazendo dela uma vítima entre as muitas que sucumbiram sob os incontáveis golpes da guilhotina.

Vou lhes dizer que as muitas vezes que encontramos polêmicas controversas pendendo ora para um lado, ora para o outro, a verdade normalmente encontra-se no entremeio. Embora Maçom eu seja e adore fazer jus a nome desta Augustíssima Ordem, sou mais propenso a corrente de que a Maçonaria foi engolida pela Revolução, que apenas ajudou a preparar pela influência de seus pensamentos, mas que também era muito presente na população na época por conta da influência do iluminismo, tanto que este período ficou conhecido como o "Século das Luzes".

Essa explosão, esse alvoroço de toda uma população contra seus governantes, foi levado exatamente como supracitado pela influência do Iluminismo, este assim como com a revolução Francesa também influenciou a passagem da Maçonaria de Operativa para Especulativa (Iluminismo será um tema que tratei em post posterior).

A participação dos Irmãos tornam-se muito mais prováveis como ações individuais do que uma execução de um plano pré-estabelecido pela Ordem Maçônica.

Na França de 1789, não existiram apenas uma, mas quatro Revoluções Francesas entre 89 e 99 e cada uma delas que ia seguindo engolia violentamente a anterior. A primeira dessas revoluções foi aristocrática (forma de governo em que predominam nobres) e constitucional, por um lado partidária do Duque de Orleans (Grão-Mestre do Grande Oriente de França), por outra simplesmente defensora de um sistema de monarquista constitucional com Luiz XVI, seguindo o modelo inglês, ou preservando a monarquia, seguindo os passos do Constitucionalismo Liberal Norte-America. Nesse período despontam homens como La Fayette (Marie-Joseph Paul Yves Roch Gilbert du Motier, mais conhecido como Marquês de La Fayette de Auvergne, nascido em 6 de setembro de 1757, falecido em 20 de maio de 1834, foi um aristocrata Francês famoso por sua participação na Guerra da Independência dos Estados Unidos da América e nos Primórdios da Revolução Francesa.), o nome de Mirebeau (Honoré Gabriel Riqueti de Mirebeau, conde de Mirabeau, foi um jornalista, escritor, político e grande orador parlamentar francês) Barnave (Antoine-Pierre-Joseph-Marie Barnave, nascido em Grenoble no dia 22 de Outubro de 1761 e guilhotinado em Paris no dia 28 de Novembro de 1793, era um político francês) e muitos outros, Lafayette e Mirebeau eram maçons, já Barnave embora sobre este tenha recaído essa suspeita pela grande maioria dos historiadores foi descartado.

Em todo o caso, na Assembleia Nacional Constituinte Francesa, calcula-se que perto de 200 deputados seriam maçons, num total de cerca de 1177. Isso não significa, todavia, que esses deputados estivessem irmanados de qualquer plano revolucionário-maçônico, de que tivessem sido incumbidos por qualquer diretório secreto, mas sim que carregavam em seus íntimos os Preceitos da Ordem.

A segunda revolução, a Revolução Girondina, foi de origem burguesa, defendia os direitos de propriedade, monárquica e constitucionalista, por convicção, parcialmente regicida (pessoa que mata um rei ou rainha), por necessidade, ainda que só a Convenção tenha decidido sobre o destino de Luís XVI (nascido em 23 de agosto de 1754 em Versalhes e executado em 21 de janeiro de 1793 em Paris, foi rei da França de 1774 - 1791, depois rei dos franceses de 1791 - 1792). Entre os deputados da Assembleia Legislativa deste tempo, calcula-se que mais de 200 destes fossem maçons, num total de 745. Muitos dos chefes girondinos eram igualmente maçons, como Jacques-Pierre Brissot (nascido em Chartres, França em 15 de Janeiro de 1754, falecido em Paris no dia 31 de Outubro de 1793 guilhotinado) foi um político revolucionário francês e chefe do partido político Gironda. Estudou em Paris e Londres, e trabalhou como ajudante de um escritório de advocacia em Paris. Foi preso por três meses na Bastilha, sob a acusação de escrever contra a Rainha. Participou da derrubada da Bastilha em 1789, e foi eleito para a Assembleia Nacional pelo Gironda, partido político burguês moderado na Revolução Francesa, e de oposição aos radicais democratas jacobinos. Tornou-se líder dos Girondinos, e caiu em desgraça. Terminou sendo guilhotinado com outros companheiros de movimento, segundo documentos era membro da loja Les Neuf Soeurs, também frequentada por Georges Jacques Danton (nascido em 26 de outubro de 1759, falecido em 5 de abril de 1794 em Paris) foi advogado e político francês, se tornou uma figura destacada nos estágios iniciais da Revolução Francesa, assim como Lucie Simplice Camille Benoist Desmoulins (nascido em 2 de março de 1760 em Guise, Aisne falecido em 5 de abril de 1794 em Paris) foi advogado, jornalista e revolucionário francês, foi também melhor amigo de Robespierre.

A terceira revolução, jacobina, teve também protagonistas maçons, entre eles, os seus chefes principais, Georges-Jacques Danton e Maximilien Robespierre (nascido em Arras dia 6 de maio de 1758, falecido em Paris dia 28 de julho de 1794) foi um advogado e político francês e uma das personalidades mais importantes da Revolução Francesa.

Os seus amigos chamavam-lhe "O Incorruptível". Principal membro dos Montanha durante a Convenção, ele encarnou a tendência mais radical da Revolução, transformando-se numa das personagens mais controversas deste período. Os seus inimigos chamavam-lhe o “Candeia de Arras”, “Tirano” e “Ditador sanguinário” durante o Terror, frequentara em Arras, na juventude, a loja Hesdin, enquanto Danton e outros, como Desmoulins e Hérbert, sejam tidos como obreiros da célebre loja de Paris Les Neuf Soeurs. Isso não logrou, todavia, que a célebre harmonia maçônica reinasse entre estes Irmãos, ao ponto dos três últimos – Hérbert, Desmoulins e Danton, terem visto as suas vidas findarem na guilhotina, por ação de Robespierre. E o mesmo sucedeu no ciclo seguinte da Revolução Thermidoriana, na qual padeceram, por sua vez, os maçons Robespierre e Couthon, entre outros também, às mãos de maçons, alguns deles que, tal como eles, pertenciam até ao Comitê de Salvação Pública, como, segundo parece, Collot d’Herbois e o próprio Barras.

Não obstante, a polêmica sobre a filiação maçônica de muitos destes homens é grande, mas na verdade esta é uma questão desnecessária para avaliarmos a importância da Ordem Maçônica nos momentos determinantes da Revolução. Na verdade, a tese favorável mais radical inclina-se para afirmar que a Revolução foi obra da Maçonaria e que se desenrolou consoante os seus planos. Ora eu custo muito a acreditar pela evidência dos fatos e pela lógica das coisas. Primeiro não houve uma revolução, mas uma sequência de golpes e contragolpes que levaram à sucessão e destituição de diferentes grupos políticos no poder, assim como à instauração de regimes políticos também eles desiguais nos valores estruturantes. Por conseguinte, nada disto era planificável, foi andando ao sabor dos acontecimentos, dos protagonismos individuais, de pequenos grupos dirigentes e a fatos muitas vezes comprovadamente acidentais. Segundo, porque se alguma coisa caracteriza os dez anos da Revolução foi o fato dela ter, como dizia premonitoriamente Vergniaud, “como Saturno, devorado os seus filhos”, ou, utilizando linguagem Maçônica, devorado muitos dos seus irmãos. Por outras palavras, não se vê possível um complô Maçônico (ou outro qualquer) que traçasse um plano tão caótico quanto o foi à sucessão de acontecimentos da Revolução Francesa, nem se imagina que os homens que eventualmente o tivessem gerado acabassem em semelhante tragédia. Não é, pois, razoável imaginar que os acontecimentos da Revolução Francesa fossem susceptíveis de um plano pré-concebido, menos ainda que tivesse sido imaginada e executada por quem quer que fosse menos ainda pelas suas sucessivas vítimas.

Ainda que a maior parte dos historiadores do tempo e da primeira parte do século XVIII (entre eles Michelet e Blanc) quase a não refiram e não lhe deem relevo, a tese da influência Maçônica na Revolução é praticamente contemporânea dos primeiros acontecimentos revolucionários, e é devida ao Abade Lefranc, um dos mais de 180 padres assassinados nos massacres de Setembro de 92, que, nesse mesmo ano, publicou um livro extenso intitulado Conspiração contra a religião católica e os governantes, cujo projeto concebido na França deve ser executado em todo o universo, (Conjuration contre la religion catholique et les souverains, dont le projet conçut en France doit s’exécuter dans l’Univers entier) no qual defendeu a tese de que fora a Maçonaria a autora da Revolução. Lefranc foi seguido na literatura antimaçônica e antirrevolucionária pelo célebre Abade Augusto Barruel, que, em 1798, publicou o seu não menos célebre livro Memória para utilização na história do jacobinismo (Mémoires pour servir à la histoire du jacobinisme). 
Estas obras ajudaram a criar a ideia da existência de uma conspiração vinda de fora da França contra a França e as monarquias europeias, que originou a Revolução, da qual seria responsável a Franco-Maçonaria francesa, enquanto mero tentáculo espúrio da “sinistra” Ordem dos Iluminados da Baviera, os célebres Illuminati que ainda hoje enchem páginas imensas da literatura “histórica” fantasiosa, como são o caso dos folhetins de David Brown (sobre as teorias históricas conspirativas, entre elas as que envolvem a Revolução Francesa e a Maçonaria, os Illuminati e os Templários, a interessante obra de Nicholas Hagger, The Secret History of the West, 2005).

É muito claro que os fatos descritos em todas as obras contemporâneas sobre a Revolução não permite sermos ingênuos, assim como não permite que alguém de sério cunho histórico diga que a Maçonaria tenha sido neutra nesta revolução e nem ao extremo oposto de dizer que esta Augustíssima Ordem tenha sido a criadora do movimento revolucionário.

Tratemos, então agora, do caso particular de Philippe-Egalité, Grão-Mestre do Grande Oriente de França, indiscutível pretendente ao trono em substituição do seu primo Luís XVI, e a cujas influências se imputam muitos dos primeiros acontecimentos revolucionários. Parece hoje inquestionável que, apoiado por homens como Mirebeau e Choderlos de Laclos e, até - há quem o sustente - pelo próprio Danton, o Duque de Orléans conspirou contra o seu primo e gastou nessa actuação uma verdadeira fortuna, ele que era o segundo maior proprietário do reino, imediatamente a seguir a Luis XVI. Estas eram, pelo menos, as suspeitas de Luís XVI e, sobretudo, de Maria Antonieta, que votava a Philipe uma desconsideração muito particular, embora hoje se acredite que a sua participação no fomento do fervor revolucionário não teve a dimensão, pelo menos nas ruas de Paris, que alguma historiografia lhe concedeu. É certo que ele foi, como já vimos, Grão-Mestre do GOF, mas parece também que a sua proximidade à Maçonaria era mais honorífica e formal do que material. O verdadeiro administrador-geral do Grande Oriente foi, por esses tempos e até 1789, quando emigrou para Inglaterra na sequência dos primeiros acontecimentos revolucionários (e, nesse mesmo ano, para Lisboa, onde veio a morrer), o émigré Sigismond de Montemorency-Luxembourg, adversário declarado do Duque d´Orléans e fiel partidário da Monarquia (na melhor das hipóteses, Constitucional...), que queria ver protagonizada por Luís XVI e não pelo seu duvidoso primo. Deste modo, poderemos concluir que os acontecimentos que levam até 1789 ultrapassam qualquer conspiração da Maçonaria, ou de uma loja maçônica, que pudesse ter sido concebida em favor das pretensões de Orléans. Esta, a ter existido, muito rapidamente perdeu fôlego e foi ultrapassada, pouco tempo depois de 14 de Julho, pela radicalização popular e sans-coulotte do processo revolucionário. Após a queda do Rei e o fim da Monarquia a 10 de Agosto de 92, o pobre Duque tornou-se uma figura verdadeiramente patética e transformou-se no absurdo Citoyen Égalité, ele que ainda no começo desse ano tentara uma reconciliação com Luís XVI, apenas frustrada pela intransigência, mais do que justificada, diga-se, do Rei. Caído em desgraça, foi preso a 6 de Abril de 1793, ainda pelo regime do Primeiro Terror. Em estado de desespero, o pobre homem tentou mesmo desmarcar-se do seu passado maçônico (o que demonstra bem que essa não era uma qualidade apreciada pela nova República), demitiu-se do cargo de Grão-Mestre a 5 de Janeiro de 93, e publicou uma deplorável carta de contrição no Jornal de Paris, a 22 de Fevereiro seguinte, pedindo desculpa por ter sido Maçom nestes termos: “Não conhecendo a maneira pela qual se compõe o Grande Oriente e não devendo haver, na minha opinião, nenhum mistério e nenhuma assembléia secreta numa República, sobretudo no princípio do seu estabelecimento, já não quero envolver-me em coisa nenhuma do Grande Oriente, nem saber das assembleias de franco maçons”. O ato foi-lhe de nenhuma utilidade, já que a lâmina da guilhotina lhe trataria competentemente do pescoço a 6 de Novembro de 93.

Sendo assim é impossível pensar que uma Ordem tenha se envolvido nestes fatos a não ser como incitadora do fim desta tão atroz disputa, vemos que o ato de constituição foi ajudado pelos preceitos Maçônicos, mas esta ordem nunca ordenaria a morte de seus Irmãos pela guilhotina, esses atos resultaram da disputa pelo poder, atos profanos e sem piedade ou consciência fraternal, tiveram muitos líderes que eram Maçons, mas assim também ocorre hoje em dia em diversos governos espalhados pelo mundo onde políticos são parte integrante da Ordem, o que não quer dizer que estes sigam os conceitos de pureza em todos os seus atos, mas digo veementemente convicto que a hora da mudança deste quadro virá e a Revolução virá do seio da população cansada de ser enganada, escravizada e subestimada, assim que isso acontecer, verão também muitos Irmãos unidos num só ideal, mas rogo que o Grandioso pai de todas as Nações nos auxilie em nossos atos, não permitindo que o derramamento de sangue em nenhuma das partes ocorram, que a retirada maciça desta podridão que nos representa, se dê defendendo os direitos ignorados com a luz da sabedoria e não aquela temporária causada pelo estrondo da pólvora, mas que logo a seguir é encoberta pela nuvem negra de fumaça e de sofrimento.

Um grande abraço a todos e espero que tenham gostado desta postagem, se restarem dúvidas podem comentar que responderei com muito prazer em momento oportuno.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Influência Maçônica na Revolução Farroupilha


Qual o papel desempenhado, ou mesmo se a maçonaria atuou na Guerra dos Farrapos é ainda um grande alvo de controvérsias de todos os tipos, mas é certo que vários Maçons participaram da que seria a mais duradoura revolta contra o império.

Inclusive no ano de 2005 entre os dias 14 e 16 de setembro, em um Seminário Internacional que celebrava os 170 Anos da Revolução Farroupilha, Eliane Colussi que é professora de História da Universidade de Passo Fundo, afirma segundo seu ponto de vista que a influência desta Augusta Ordem foi muito mais mitológica do que real, citando como embasamento a esta conclusão o fato a divisão entre os Maçons por serem alguns partidários da revolução e outros que apoiavam a as forças imperiais regentes.

Eliane cita também a saída de Irmãos Maçons da cidade de São Leopoldo e o retorno destes após algum tempo, fundando nesta ocasião a loja Maçônica União e Fraternidade.

Embora sejam verdadeiros estes fatos, não são determinantes para afirmarmos ser a Revolta Maçônica ou não, pois dentro da Ordem somos levados a pensar, refletir, tomar posições, sermos donos de uma opinião própria e crítica não aceitando a todo e qualquer movimento, revolucionário ou não, mesmo que estes sejam tidos pela maioria dos Maçons, somos levados sempre a sermos seres pensantes, mas acima de tudo incita-se o respeito a opinião de todos.

Uma famosa frase de Voltaire traduz muito bem o pensamento e posicionamento Maçônico, esta frase diz: "Posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser, mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las, sendo assim não é um fato como esse que faz desta um verdade, ou mesmo uma mentira.

A favor daqueles que afirmam a participação da Maçonaria neste ato revolucionário está a bandeira Rio Grandense, que é carregada de símbolos maçônicos, também pudera, pois foi ela idealizada por Coronel José Mariano de Matos e desenhada pelo Major Bernardo Pires, oficiais farroupilhas e Maçons.

Existem ainda para nos confundir pistas falsas como a Ata da Reunião Maçônica Philantropia & Liberdade de 18 de setembro de 1835 (muito difundida na internet), esta que teria definido estratégias da tomada de Porto Alegre, ofensiva inaugural do levante, porém esta Ata é fria, admitido por Peri Silveira, mestre da Loja Bento Gonçalves, pesquisador em história e Augustíssimo membro da Irmandade, este recusa definir os acontecimentos como uma "revolução maçônica".

Posso lhes dizer que nem uma corrente nem outra estão erradas, pois não foi dentro da maçonaria que se constituiu o ideal libertário da Revolta dos Farroupilhas, mas também não é correto dizer que não foi um ato Maçônico, pois o maior líder da Revolução era Bento Gonçalves da Silva que participou da fundação da primeira Loja Maçônica em Porto Alegre, que ocorreu no dia 23 de novembro de 1831, esta carregando o nome de Loja Philantropia & Liberdade, sob a égide e obediência do Grande Oriente Nacional Brasileiro, Bento Gonçalves da Silva foi o primeiro Venerável Mestre dessa.

Essa Revolta foi retratada pela minissérie "A Casa das Sete Mulheres" esta foi escrita por Maria Adelaide Amaral e Walter Negrão  com colaboração de Lúcio Manfredi e Vincent Villari, baseada no romance homônimo da escritora gaucha Letícia Wierzchowski, e dirigida por Teresa Lampreia, com direção geral de Jayme Monjardim e Marcos Schechtmann e direção de núcleo de Jayme Monjardim, porém como descrevi acima este não foi um retrato dos fatos que ocorreram na revolta armada, mas sim um romance que somente faz alusões ao que realmente aconteceu.

É fato que a Revolução embainhou a espada da ordem levando com sigo verdadeiros princípios e símbolos. Como pode ver abaixo onde é possível ler os porquês.

Os motivos que os levaram ao conflito foram, tributários, econômicos, políticos, militares, porém o motivo que fez a força deste foi um único ideal social, que pode ser observado na atuação de negros, índios, brancos, imbuídos por um só sentimento revolucionista.

A Província Rio Grandense tinha uma economia baseada na pecuária, voltada principalmente para o abastecimento do mercado interno nacional, porém os impostos cobrados para estes eram superiores ao produzido pelo Uruguai e Argentina, tendo estes maior vantagem frente ao produto gaúcho, este também foi um dos grandes incentivadores da Revolução. Além claro da precariedade dos serviços públicos, que comparados aos impostos eram uma vergonha, chegando há aproximadamente 150 mil habitantes e não tendo nenhuma escola pública e ainda uma precária infraestrutura.

Volto a afirmar que mesmo tendo diversos maçons envolvidos o início desta não pode ser atribuída aos templos da Ordem, porque se isto aconteceu não deixou registros que possam validar tais acontecimentos, com isto é mais provável supor que o ato tenha sido sim de maçons, mas de forma idealista dos mesmos.

Ato Comprovadamente Maçônico na Revolução Farroupilha

Bento Gonçalves era um verdadeiro esportista, um homem que se dedicava com muito afinco aos exercícios, existe um relato descrito por Alfredo Varela em "História da Grande Revolução" que a cela estreita e comprida do Forte de São Marcelo, uma ilha-prisão na Bahia de Todos os Santos, Salvador, não era o melhor lugar para o encarcerado presidente da República Rio Grandense exibir seus dotes físicos, foi quando tudo mudou a partir da licença dada pelos guardas para este nadar no mar, ainda que vigiado. Foi nadando que, em 10 de setembro de 1837, ,ele fugiu reaparecendo na república 60 dias depois.

Esta fuga é um dos episódios da insurreição em que a Maçonaria teve papel confirmado. Quando foi preso em 1836, depois da derrota na batalha de Fanfa, Bento foi trancafiado nas celas de Fortaleza de Santa Cruz e depois nas do Forte da Laje no Rio de Janeiro, desta tentou fugir e só não conseguiu por conta de seu companheiro de cárcere, Pedro Boticário, por gordo que era, ficou entalado nas grades da janela da cela. Posteriormente foi transferido para Salvador em São Marcelo, ainda no porto recebeu saudação de Irmãos Maçons e conspiradores liberais, porém abatido com a viagem teria feito pouco caso do encontro. Alguns dias depois emitiu um pedido de ajuda à loja local Virtude, que deu início a visitas periódicas e seu plano de fuga.

Às 10 horas do dia 10 de setembro, um domingo, o general que contava com 48 anos, despiu-se para o seu banho de mar e pôs-se a nadar, creio eu que a regalia tenha sido dada por conta da influência de propinas pagas por companheiros aos vigias. Teria iniciado nadando em voltas para distrair, mas há dada hora distanciou-se com braçadas frenéticas até atingir um baleeiro de seis remos posicionado por seus cúmplices na baia, o fugitivo raspou a barba como disfarce e foi acolhido por amigos conspiradores, aportou em Santa Catarina e cumpriu o resto do trajeto até a província vizinha a cavalo, sempre com apoio da Fraternidade.

De todos os mitos, que aos montes foram criados e divulgados, a fuga de Bento Gonçalves é o que há de mais palpável, pois existem documentos dentro da ordem que constatam essa articulação.

Poderia tomar todos os mesmos fatos já repetidos diversas vezes para engrandecer esta Augustíssima Ordem, a qual tenho muito Amor e Respeito, porém não estaria em cumprimento dos objetivos por eu destinado a todos aqueles que pretendam, verdadeiramente conhecer a Maçonaria.

Espero ter desvendado mais este mistério.

Um grande abraço para todos e aproveito para agradecer ao constante crescimento de leitores do blog, todos são muito bem vindos.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

A Independência do E.U.A e a Maçonaria


Existem milhares de mistérios que envolvem a Maçonaria e estes continuam aguçando a curiosidades de muitos, indiferente de faixa de idade, credo, raça, cor da pele, país de origem, classe econômica, e etc. O fato é que no mundo todo, pessoas querem saber o que há por trás desta Augusta Ordem

Há pouco tempo pudemos acompanhar o filme "A Lenda do Tesouro Perdido", uma trama ficcional, porém não menos interessante pelo fato, muito pelo contrário a trilha é muito interessante. No papel principal temos Nicolas Cage interpretando um caçador de tesouros, este descobre um mapa Maçônico, depois disso acontecem diversos fatos chegando até a envolver a Declaração de Independência dos Estados Unidos, sendo esta a chave para decifrar o misterioso deste bem elaborado quebra-cabeças.

Apesar desta história como supracitado ser uma narrativa ficcional, no filme aparecem diversos símbolos e histórias reais. Agora há quem se pergunte: Haveria realmente uma influência Maçônica na Independência do Estados Unidos da América?

Como Iniciou a expansão da Maçonaria na América


Em 1730 chegava a Franco-Maçonaria na América Colonial. A primeira loja em Massachussetts era formada em sua maior parte por membros do regime britânico, porém isso foi mudando com o passar do tempo, pois a grande adesão de americanos natos e todas as localidades foi imensa. Iniciados colonos posteriormente ocasionaram a abertura de lojas em todo o território norte americano, dando assim a Instituição um peso maior, como vou detalhar mais à frente, por consequência esta entidade teria ativa atuação na fundação e na formação do Estados Unido da América, gerando a maior nação Maçônica dos mundo.

Envolvimento da Maçonaria no Sentimento de Unidade Nacional dos E.U.A. e a Declaração de Independência


Os E.U.A. possuíam uma população dispersa devido a fatores geográficos, pois este era um território continental que acaba naturalmente lhes separando uns dos outros, por grandes distâncias. Nesse sentido a maçonaria atuou dando unidade política e social às colônias.  Intercolonialmente atuava, a priori, como fator socializador na medida que maçons das diferentes colônias se comunicavam com frequência, reduzindo assim os conflitos de interesses e outros entre as treze colônias, garantindo assim o papel de pacificadora. O auge dessa atuação se deu, exatamente, quando o Império Britânico tentou apertar a frouxa administração colonial desempenhada até o momento, tomo a liberdade de transcrever algumas de suas palavras.


“em um dos mais tristemente célebres exemplos de má escolha do momento apropriado, as autoridades britânicas haviam resolvido apertar a frouxa administração do império no exato momento em que os colonos americanos começavam a sentir sua própria identidade separada.”

A Maçonaria influiu tanto no sentimento de unicidade destes que não faltaram participantes desta Ordem no processo de Independência Norte Americano.

Nas décadas que precederam a Revolução, as lojas Maçônicas em toda América do Norte, tinham em seus quadros todos os tipos de políticos, comerciantes e militares, a maior parte deles eram partidários da Independência, a Maçonaria nesse âmbito tem atuação dupla, querendo evitar a guerra ao máximo primeiramente pacifica os ânimos entre a colônia e a metrópole, segundo atua nas agitações devido a comunicação constante entre seus integrantes. Estes por sua vez encontram-se por deveras revoltados com o controle imposto pela metrópole e contra as leis de taxação.

Na Guerra pela Independência, o Maçom George Washington forma o seu Estado Maior um número quase totalitário de componentes também Maçons, não obstante havia também um acordo fundamental entre colonos e Maçons europeus, onde representantes eram enviados para diversos Estados europeus para apresentar o projeto do ex-colonos, o que garantiu a ajuda dos franceses e espanhóis através de Benjamim Franklin que também era Maçom e partindo de uma citação de Castellani (José Castellani, médico oftalmologista, escritor, jornalista e historiador, escreveu extensa obra de livros maçônicos) que afirma ter sido por conta de Franklin, que teria sido o movimento libertador americano recebido com entusiasmo na Europa, e que isso colaborou muito para que os mesmos firmassem acordos e fossem reconhecidos independentes, por estes foi dada ainda ajuda financeira e auxílio militar.

Foi em 4 de julho de 1776, que os valores Maçônicos que até então estavam a frente de toda esta luta americana contra a opressão da metrópole é corroborado em forma de constituição, ou seja, "A Declaração de Independência dos Estados Unidos da América", coloco a par dos leitores trechos que ratificam o ideal libertário defendidos pelos Maçons.

"Quando, no curso dos acontecimentos humanos, se torna necessário um povo dissolver laços políticos que o ligavam a outro, e assumir, entre os poderes da Terra, posição igual e separada, a que lhe dão direito as leis da natureza e as do Deus na natureza, o respeito digno às opiniões exige que se declarem as causas que os levam a essa separação.
Consideramos estas verdades como evidentes por si mesmas, que todos os homens foram criados iguais, foram dotados pelo Criador de certos direitos inalienáveis, que entre estes estão a vida, a liberdade e a busca da felicidade (...)
Nós, por conseguinte, representantes dos Estados Unidos da América, reunidos em Congresso Geral, apelando para o Juiz Supremo do mundo pela retidão de nossas intenções, em nome e por autoridade do bom povo destas colônias, publicamos e declaramos solenemente: que estas colônias unidas são e de direito têm de ser Estados livres e independentes, que estão desoneradas de qualquer vassalagem para com a Coroa Britânica, e que todos vinculo político entre entre elas e a Grã-Bretanha está e deve ficar totalmente dissolvido; e que, como Estados livres e independente, t~em por inteiro poder declarar guerra, concluir paz, contratar alianças, estabelecer comércio e praticar todos os atos e ações a que têm direito os estados independentes. E em apoio desta declaração, plenos de firme confiança na proteção da Divina Providência, empenhamos mutuamente nossas vidas, nossas fortunas e nossa sagrada honra".

Percebemos, como a Maçonaria atua como uma grande organização essencialmente política defendendo o Liberalismo e as ideias libertarias que modificariam a face do mundo instituindo um novo modelo de sociedade.

Embora altos valores éticos e probos, tenham sido mantidos posteriormente, dada à liberdade Norte Americana, não quer dizer que muitos não tenham dado suas vidas pelo que acreditavam e com isso muito sangue foi derramado, dos dois lados em nome desta guerra. Assim posso afirmar que em Gerras não existem vencedores, mas sim um lado que perdeu menos. Por isso a importância de cultivarmos, incentivarmos, ensinarmos e praticarmos atos de fraternidade entre irmãos (consanguíneos ou não), pois assim evitamos sobreposição de uns sobre os outros e claro evitamos os confrontos e extinguimos os duelos.

Muito obrigado por acompanhar mais esta postagem, espero que tenham gostado, qualquer dúvida podem postar que terei o prazer de lhes esclarecer em hora oportuna.





quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

A Proclamação da República e a Maçonaria

Para aqueles que ainda não leram o post sobre a "Maçonaria e a Independência do Brasil" sugiro que o façam antes de prosseguir, assim o entendimento sobre o assunto será completo.

República (do latim Res pública, "coisa pública"), forma de governo onde um representante, normalmente é designado Presidente, este é escolhido pelo povo para representá-lo, por intermédio do sufrágio, podendo acumular o poder executivo, conforme for o regime, seja este Presidencialista ou Parlamentarista, os intervalos de votação variam de acordo com o costume do país.

Democracia (do grego demokratía, governo do povo) o conceito de Governo em que o povo exerce a soberania, direta ou indiretamente.

Estes dois conceitos associados, formam a República Democrática, esta foi estimulada, desde o século XVIII e início do século XIX, nas universidades de Montpellier e Paris na França e em Coimbra de Portugal, sob os Auspícios de duas Sociedades, a Maçonaria e o Iluminismo (Observação que tomo a liberdade de fazer sobre estas duas Augustas Sociedades é que durante algum tempo foram associadas). Locais estes onde jovens estudantes daquelas universidades, provenientes das colônias das Américas e que também eram frequentadores das Lojas Maçônicas, tomavam este novo modelo, como o sonho de libertação do colonizador.

Sob o direcionamento da Maçonaria e diria até da liderança desta, a primeira nação colônia das Américas à conquistar a independência, foi os Estados Unidos da América, em 4 de julho de 1776, adotando desde então a República Democrática como regime político, na França e em Portugal este fato soou de forma expressiva, isto devido à grande influência de Benjamim Franklin como embaixador na França, da nova República Democrática Americana.

Todas as colônias sob a influência da Maçonaria proclamaram independência de seus colonizadores, praticamente na mesma época, formando Repúblicas Democráticas, com exceção do Brasil, pois como descrevi na postagem anterior ("Maçonaria e a Independência do Brasil") haviam duas potências Maçônicas uma liderada por Joaquim Gonçalves Ledo e aliados, que desejavam a independência sob a forma de República e a outra liderada por José Bonifácio e seus seguidores, que não desejavam a independência, mas a aceitaram em forma de Monarquia, gerando assim uma semi-independência, sempre sobre amparo das famílias das casas reais Européias.

Gostaria de destacar antes de prosseguir alguns importantes maçons que lutaram pela proclamação da República Democrática como Aristides Lobo, Quintino Bocaiuva  Gonçalves Ledo, Visconde do Rio Branco, Pimenta Bueno, o padre Januário da Cunha Barbosa, José Clemente Pereira, o Senador Vergueiro, Evaristo da Veiga, Joaquim Saldanha Marinho, dentre outros não menos importantes.

Conta-nos a história que na época em que a Princesa Isabel promulgou a Lei do Ventre Livre, ela e seu marido Conde D'Eu, apoiados pela nobreza, negociavam sancionar esta lei em troca de sua ascensão ao império, dando origem a um terceiro reinado, substituindo D. Pedro II seu pai, já envelhecido e de saúde debilitada.

Além deste fato supracitado, para trazer a luz da nação a República a Maçonaria ainda enfrentava a força da Igreja contrária a Maçonaria, que na época tinha como sacerdote papal Pio IX, haviam também os senhores de escravos que também eram contra a Maçonaria (dado aos seguidos movimentos abolicionistas).

Mesmo encontrando ferrenhas contrariedades na Maçonaria e também na população em geral, tornou-se comum o descontentamento com a escravatura, chegando até a abalar a estrutura do Império que ameaçou desmoronar, com isso o Ministério apresentou a Câmara em 8 de maio de 1888 o projeto de abolição da escravatura, que foi aprovado e sancionado pela Princesa Isabel, em 13 de maio de 1888, enquanto o Imperador viajava mais uma vez pela Europa, pois encontrava-se muito doente e diabético desde 1887. A princesa sonhava que com esse ato ainda pudesse obter o apoio das forças dominantes e perpetrar o terceiro reinado, mas isso não aconteceu, por que era esta hipótese repudiada pela Maçonaria e, em especial pelas Lojas Paulistas.

Dados as grandes conquistas obtidas a Ordem Maçônica tornava-se cada vez mais fortalecida e com os também Maçons Benjamin Constant dando a devida assessoria ao Marechal Deodoro, foi iniciado por volta de 1885/1886, na loja Rocha Negra no Rio Grande do Sul o movimento da República, que em seu momento decisivo recebeu a adesão de soldados, empresários, bispos, latifundiários e de toda a sociedade, acabando assim com todas as bases de apoio do Império. Assim nenhum tiro sequer foi disparado para a conquista do novo regime e em 15 de novembro de 1889 foi proclamado a República e nesta mesma noite foi o Decreto de Proclamação da República (redigido por Benjamin Constant) levado a Deodoro que o assinou, sendo assim no Diário Oficial publicado no dia seguinte.

Gostaria, porém fazer justiça ao antigo Imperador D. Pedro II, que era um homem ponderado, culto e que contrariando a opinião pública, não lutou pelo trono, pois não queria ver derramado o sangue de brasileiros, demonstrando assim um alto sentimento altruísta, reconhecendo que para o Brasil seria este seu melhor destino. Abaixo tomo suas palavras dadas em resposta ao "Novo Governo":

"A vista da representação escrita que me foi entregue hoje, às 3 horas da tarde, resolvo, cedendo ao império das circunstâncias, partir, com toda a minha família, para a Europa, deixando esta Pátria, de nós tão estremecida, à qual me esforcei por dar constantes testemunhos de entranho amor e dedicação, durante mais de meio século em que desempenhei o cargo de chefe de Estado. Ausentando-me, pois, com todas as pessoas da minha família, conservarei do Brasil a mais saudosa lembrança, fazendo os mais ardentes votos por sua grandeza e prosperidade."

Dando seguimento aos fatos foi transformado em Distrito Federal o município neutro e as 20 províncias denominadas Estados, passando assim a constituir a República Federativa, levando o nome de Estados Unidos do Brasil. O Novo Governo honrou todos os contratos e tratados internacionais consagrados pelo antigo Império, separou a Igreja Católica do Estado (sendo este o primeiro Estado a tomar esta atitude), tornou obrigatório o casamento civil, tomou como lei o decreto do Sufrágio Universal e convocou a primeira constituinte republicana, sendo assim a Constituição promulgada em 24 de fevereiro de 1891.

Gosto muito desta afirmação que uso sempre durante palestra e discussões que envolvam o assunto e vou trazer também aqui a seguinte frase: A Monarquia que aqui ficou durante 67 anos, foi extraída, implantando-se assim um novo regime, que perante o mundo conduz o Brasil a grandiosas realizações.

O que antes era uma revolta esparsa em algumas províncias, pelo G.O.B. foi unido e tornou-se uma grande força, espero sinceramente que esta e todas as outras grandes potências Maçônicas voltem a ser como antes entidades filosóficas em busca de um bem comum, influindo assim em nossa política, fazendo revoluções necessárias, seguindo os exemplos do ato de independência e da promulgação da República, onde não foi permitido que sangue fosse derramado (não desmerecendo nenhuma luta regional armada como a dos Farroupilhas, Inconfidência Mineira e ou outras tão importantes), unindo todas as vozes num só timbre, exigindo a alteração do quadro deprimente que se encontra nossa tão amada Pátria e que derrama sobre tantos dos nossos a pobreza sem esperanças.

Um muito obrigado a todos que leram esta postagem, espero que tenham gostado, porém se restarem quaisquer dúvidas estou à disposição para esclarecê-las em hora oportuna.

Maçonaria e a Independência do Brasil

Não é possível entender a Independência do Brasil sem estudar o papel da Maçonaria na época, para dar início neste tópico buscarei a luz em uma palestra que assisti na loja Maçônica Estrela da Lapa n° 7 de um não Maçom.

Em 1822, a Maçonaria brasileira encontrava-se dividida entre duas grandes facções. Ambas desejavam a Independência do País, porém uma delas situada no Rio de Janeiro e liderada pelo Advogado Joaquim Gonçalves Ledo e o nomeado cônego da capela Real por Dom Pedro I, Januário Barbosa,  defendia idéias republicanas, já a outra liderado por José Bonifácio de Andrada e Silva, naturalista, estadista e poeta brasileiro que acreditava que a melhor solução era manter D. Pedro como imperador em regime de Monarquia Constitucional. Esses dois grupos disputavam o poder de modo passional, o que resultou em prisões, perseguições, exílios e expurgos.

D. Pedro participou das duas lojas citadas acima ativamente, primeiro por curiosidade e depois com o interesse em controlar e vigiar as correntes políticas revolucionárias da época. Eram as duas facções nomeadas como Grande Oriente do Brasil (liderada por Joaquim Ledo e Januário Barbosa) e a Nobre Ordem dos Cavaleiros de Santa Cruz (liderada por José Bonifácio).

Nestas foram estudadas, discutidas e aprovadas decisões importantes como o manifesto Dia do Fico, os detalhes da aclamação de D. Pedro a "Defensor Perpétuo do Brasil", a convocação da constituinte e finalmente a proclamação do Imperador.

Em uma época que não existiam os partidos políticos foi a Maçonaria que elevou o sentimento da necessidade da Independência.

A Maçonaria no século XIX era extremamente subversiva, chegando até mesmo a trazer novas correntes de pensamento antes desconhecidas da população, que nem existiam na América como um todo, como exemplo deste era a República.

Para que possam ter uma ideia da influência desta Augusta Ordem a Independência foi proclamada por um Grão Mestre Maçom, especificamente D. Pedro, este foi iniciado na Loja Comércio e Artes no dia 2 de Agosto de 1822 com o nome Guatimozim (homenagem ao último Imperador asteca), foi promovido ao grau de Mestre três dias depois de sua iniciação, dois meses depois elevado ao grau máximo, o de Grão-Mestre. Para D. Pedro, pois estar ligado a Maçonaria que na época representava grande força política o interessava muito, assim como para a Maçonaria, era não menos importante ter um representante da casa real portuguesa ao seu lado para iniciar o processo de emancipação do Brasil.

Agora para esclarecer o episódio da Independência brasileira, há de compreendermos que esta não foi obra exclusiva dos Maçons, que D. João VI ao elevar o Brasil a categoria de Reino Unido ao de Portugal e Algarves em 1815, este separou de fato o Brasil de Portugal, dando assim o primeiro e decisivo passo para esta independência. Em 1821 com os decretos 124 e 125 o mesmo extingui o reinado do Brasil e determinou o regresso de D. Pedro com toda a família real para Portugal (a comunicação estreita entre D. Pedro e D. João VI, por intermédio de cartas deixa claro que os fatos transcorridos eram de conhecimento e concordância do Rei de Portugal), assim em uma carta que escreveu ao pai em 2 de janeiro de 1822, D. Pedro escreveu: "Farei todas as diligências por bem para haver sossego, e para ver se posso cumprir os decretos 124 e 125, o que me parece impossível, porque a opinião é toda contra, em toda a parte" (assim começava a desenvolver-se o famoso dia do "FICO").

O príncipe chegou a rascunhar um manifesto de despedida a todos brasileiros, mas já estava em curso a ativa campanha da Maçonaria que enviou três documentos feito sob inspiração e liderança Maçônica rogando por sua permanência no Brasil em descumprimento dos Decretos da Corte Portuguesa. O documento Paulista foi redigido por José Bonifácio de Andrada e Silva, o documento fluminense pelo Frei Francisco de Santa Tereza de Jesus Sampaio, orador da Loja "Comércio e Arte" e por último o documento mineiro redigido por Pedro Dias Paes Leme.

Estes fatos descritos demonstram que a Maçonaria não tinha a hegemonia em suas mãos, mas sim que os atos foram de diversas supressões feitas aos poderios da época e mais é possível acrescentar, pois os episódios que marcaram a nossa independência envolveram além de maçons, também outros diversos cidadãos, (lideranças conscientes do papel que desempenhavam) com a busca por intermédio do diálogo ou mesmo pelo combate e defesa dos direitos de liberdade. Estes homens tiveram motivação organizada, seja esta idealizada em loja ou não, a mesma se deu em busca de uma sociedade mais justa.

O início de nossa história foi de grande autonomia politica com movimentos independentistas, assim o processo de mudanças Maçônicas agiu e continuará a agir, pois este é um processo longo de mudanças que exige a participação de uma sociedade como um todo e do envolvimento de muitas gerações.

Postarei diversos atos históricos que envolvem esta Augusta Ordem e espero ter esclarecido de forma clara este importante fato histórico tão importante para o Brasil, porém se restarem dúvidas estou a disposição para respondê-las.

Um grande abraço a todos e até o próximo post.